Marcelo do Vale (DIRETOR) - Sempre que começo um novo projeto minha primeira fala com os atores e envolvidos no processo é que preciso vê lós comigo, que preciso que estejam disponíveis e prontos para desequilibrarmos juntos. E com este elenco já no primeiro dia na sala de ensaio tive a certeza que eles entenderam e também já traziam o que acredito no trabalho de uma montagem, a entrega dos três foi sempre nosso ponto para iniciar os trabalhos, compactuaram os desejos e ideias, tudo feito juntos. Por este e outros motivos que fizemos algo que no mínimo foi um grande prazer para todos nós.  Está em cena um Sartre montado ou “desmontado” com muito afeto, trabalho, estudo e uma vontade inquietante que tudo se movesse! E assim foi. Amém. Obrigado a todos vocês.

Gustavo Marquezini (Ator e Produtor) - Quando convidei Marcelo para dirigir esse espetáculo, fiquei esperando o que aconteceria ao deixar em suas mãos uma direção que eu já tinha em mente realizado. Entreguei a ele o trabalho liberto de toda formatação que eu havia criado desde 2010. Fiquei surpreso a cada dia com a ousadia e os lugares que o processo foi nos conduzindo. Algo tão irreal e fantasioso como o inferno criado por Sartre, porém muito real e humanizado pelos cuidados da direção. Um texto de muita propriedade, complexo e cheio de simbolismos, mas que, de certa forma passa com muita concretude o que Sartre quer dizer na frase “O inferno são os outros”. Pra mim, sair dos estereótipos e formas clássicas de atuação me fez sentir o quão o processo é maravilhoso, pra mim e para “os outros”. A entrega de cada um em suas atribuições tem tornado o processo gostoso e muito prazeroso. Espero que para o público seja tão gratificante assistir, quanto é, para nós, apresentar esse existencialismo de JPSartre.

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Fabiane Aguiar (Atriz) - Eu, como atriz, sinto que tive a oportunidade de ser revirada do avesso. O processo foi tão diferente pra mim, que nem tive tempo para pensar em construção psicológica de personagem e muito menos para pensar na minha relação pessoal com a personagem. A construção simplesmente aconteceu em cena. E aconteceu porque do lado de fora tinha alguém disposto a me tirar da zona de conforto, do lugar comum e seguro em que eu costumava estar como atriz. 

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Diego Krisp (Ator) - Desde o início, até o último ensaio que tivemos, sempre acontecem outras descobertas. Mergulhar nessa adaptação da obra “entre quatro paredes” de Sartre deu outro sentido para o meu fazer teatral. A sintonia com os companheiros de cena foi outro achado importante. A direção sempre preocupada, acima de qualquer outra coisa, com o trabalho do ator deu um conforto para criar e se aventurar nesse processo, que entre outras palavras foi único.

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